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quinta-feira, 25 de março de 2010

Por que nossa Igreja não tem “louvorzão”, nem instrumentos, solos, conjuntos e corais?

Rev. Josafá Vasconcelos - IPRH

Não temos e nem teremos. A questão não é circunstancial, mas, de convicção. Como você já tomou conhecimento, quando falamos do cântico dos Salmos, nossa decisão foi adotar o Princípio Regulador do Culto, conforme nossa Confissão de Fé dispõe, a saber, “… o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo, e é tão limitado pela sua própria vontade limitada pela sua própria vontade revelada, que ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens… ou qualquer outro modo não prescrito na Sua Palavra”. E uma vez que o culto neo-testamentário é destituído do elemento cerimonial , sacerdotal representativo, isto é, ninguém canta mais por ninguém, agora todos cantamos, por que, todos somos sacerdotes (I Ped 2:9).

No V.T, havia um coral de homens, sacerdotes levitas, e muitas outras cerimônias próprias do que Calvino chama de “a infância da Igreja”, mas estas coisas foram abolidas e instituído o culto simples do Novo Testamento. Quando a mulher samaritana questionou o Senhor Jesus sobre a adoração, Ele descartou a continuação do culto local e cerimonial de “Jerusalém” (Jó 4:20,21), daquele momento em diante, estava estabelecido, pelo Senhor da Igreja, uma nova maneira de adorar a Deus, em todo lugar e, “em Espírito e verdade”(Jô 4:23).

Na carta aos Hebreus, o autor se reporta a esta extraordinária mudança: “Tendo dito acima, sacrifícios, ofertas, holocaustos e oblações não quiseste, nem deles te deleitastes, coisas que se oferecem segundo a Lei, agora disse: eis me aqui para fazer a Tua vontade, tira o primeiro para estabelecer o segundo”(Heb 10:8,9). Sendo assim, toda e qualquer tentativa de se repetir os culto cerimonial da antiga aliança, está em total desagrado com a vontade do Pai. De agora em diante, excluindo a forma cerimonial, visível e representativa, os elementos do culto, tais como: Oração, Leitura das Escrituras, Cântico dos Salmos, Pregação e Administração dos Sacramentos, são os únicos componentes do culto simples que Deus mesmo instituiu para a Sua Igreja na nova dispensação. Portanto, Solos, Corais, Conjuntos, Bandas e Orquestras, tudo isso é estranho ao Culto do Novo Testamento. É muito difícil renunciar tudo isso, e, a não ser que Deus opere por sua graça e poder através da simples instrução de sua Palavra, jamais abandonaremos estas práticas, que não são ordenadas nas Escrituras, antes foram introduzidas pela vontade do homem, e que, “sacralizadas” através do tempo, fazem parte do nosso conceito de culto.

Particularmente para mim foi especialmente difícil. Filho de regente de coro, amante de quartetos e conjuntos, cantor evangélico com CDs gravados, passei grande parte da minha vida intimamente envolvida com a música na Igreja nos apreciados períodos de louvor!

De repente tudo vai por “água baixo”! Descobri que nada disso está ordenado nas Escrituras para o culto do Novo Testamento. O louvor é eminentemente congregacional! Ah! Como me causou surpresa saber que o “hino” que Jesus cantou ao instituir a Ceia foi um salmo do Hallel. E eu que estava quase certo que poderia ser um dos hinos do nosso hinário!. Foi difícil ter que concordar que os “salmos, hinos e cânticos espirituais” não eram os “salmos, hinos e corinhos” que conhecemos, e sim que o apóstolo Paulo estava utilizando os títulos (inspirados) comuns no livro os Salmos conforme se encontram em nossas Bíblias; e que era uma forma literária hebraica (triádica, sinonímica), repetir com palavras diferentes o mesmo sentido, como em vemos em Ex 34:7 “… que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado”. Mais difícil ainda, foi ter coragem de aplicar o Princípio Regulador do Culto, conforme os puritanos o aplicavam, e descobrir que não há uma ordem sequer para o uso de instrumentos no N.T. e que estes só foram introduzidos no culto após o século IX e nas sinagogas somente a partir de 1810.

Por que não há uma só referência no N.T. que apóie o uso dos instrumentos no culto? Não havia o uso deles abundantemente no culto do VT? Talvez você retruque dizendo: “não há referência no N.T., porque não é necessário, como algo que já teria sido regulado”. Contudo, por se tratar de duas dispensações diferentes quanto à administração, e elementos de natureza cerimonial, e, portanto, temporários que desapareceram no culto do N.T. e pelo fato de o culto ser de exclusiva prerrogativa do Senhor, assim como foi expressamente ordenado o uso de instrumentos no VT, teríamos que esperar ordem expressa, também no culto do N.T.

Para uma compreensão melhor, é necessário analisarmos um texto do V.T extremamente importante, vejamos:

“Então o rei Ezequias se levantou de madrugada, e ajuntou os príncipes da cidade e subiu à casa do Senhor. E trouxeram sete novilhos, sete carneiros, sete cordeiros e sete bodes, como oferta pelo pecado a favor do reino, e do santuário e de Judá; e o rei deu ordem aos sacerdotes, filhos de Arão, que os oferecessem sobre o altar do Senhor. Os sacerdotes, pois imolaram os novilhos, e tomando o sangue o espargiram sobre o altar; também imolaram os carneiros, e espargiram o sangue sobre o altar; semelhantemente imolaram os cordeiros, e aspergiram o sangue sobre o altar. Então trouxeram os bodes, como oferta pelo pecado, perante o rei e a congregação, que lhes impuseram as mãos; E os sacerdotes os imolaram, e com o seu sangue fizeram uma oferta pelo pecado, sobre o altar, para fazer expiação por todo o Israel. Porque o rei tinha ordenado que se fizesse aquele holocausto e aquela oferta pelo pecado por todo o Israel. Também dispôs os levitas na casa do Senhor com címbalos, alaúdes e harpas. conforme a ordem de Davi, e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque esta ordem viera do Senhor, por meio de seus profetas. E os levitas estavam em pé com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes com as trombetas. E Ezequias ordenou que se oferecesse o holocausto sobre o altar; e quando começou o holocausto, começou também o canto do Senhor, ao som das trombetas e dos instrumentos de Davi, rei de Israel.

Então toda a congregação adorava, e os cantores cantavam, e os trombeteiros tocavam; tudo isso continuou até se acabar o holocausto. Tendo eles acabado de fazer a oferta, o rei e todos os que estavam com ele se prostraram e adoraram. E o rei Ezequias e os príncipes ordenaram aos levitas que louvassem ao Senhor com as palavras de Davi, e de Asafe, o vidente. E eles cantaram louvores com alegria, e se inclinaram e adoraram. Então o rei Ezequias se levantou de madrugada, e ajuntou os príncipes da cidade e subiu à casa do Senhor. E trouxeram sete novilhos, sete carneiros, sete cordeiros e sete bodes, como oferta pelo pecado a favor do reino, e do santuário e de Judá; e o rei deu ordem aos sacerdotes, filhos de Arão, que os oferecessem sobre o altar do Senhor. Os sacerdotes, pois imolaram os novilhos, e tomando o sangue o espargiram sobre o altar; também imolaram os carneiros, e espargiram o sangue sobre o altar; semelhantemente imolaram os cordeiros, e espargiram o sangue sobre o altar. Então trouxeram os bodes, como oferta pelo pecado, perante o rei e a congregação, que lhes impuseram as mãos; E os sacerdotes os imolaram, e com o seu sangue fizeram uma oferta pelo pecado, sobre o altar, para fazer expiação por todo o Israel. Porque o rei tinha ordenado que se fizesse aquele holocausto e aquela oferta pelo pecado por todo o Israel. Também dispôs os levitas na casa do Senhor com címbalos, alaúdes e harpas conforme a ordem de Davi, e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque esta ordem viera do Senhor, por meio de seus profetas. E os levitas estavam em pé com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes com as trombetas. E Ezequias ordenou que se oferecesse o holocausto sobre o altar; e quando começou o holocausto, começou também o canto do Senhor, ao som das trombetas e dos instrumentos de Davi, rei de Israel. Então toda a congregação adorava, e os cantores cantavam, e os trombeteiros tocavam; tudo isso continuou até se acabar o holocausto. Tendo eles acabado de fazer a oferta, o rei e todos os que estavam com ele se prostraram e adoraram. E o rei Ezequias e os príncipes ordenaram aos levitas que louvassem ao Senhor com as palavras e Davi, e de Asafe, o vidente. “E eles cantaram louvores com alegria, e se inclinaram e adoraram.” (II Cr 9:20-30).

Analisando esse texto, notamos que, ao que tudo parece, não havia instrumentos no culto, até que foi ordenado pelo Senhor, através de Davi, Gade e o profeta Natã, e acrescenta, “esta ordem veio do Senhor, por meio dos seus profetas”(verso 25). Davi, portanto, introduziu instrumentos no culto do V.T porque recebera uma ordem expressa do Senhor.

Outra coisa que vemos nesse texto, é que eles foram introduzidos apenas para o período em que o holocausto acontecia:

“… E QUANDO COMEÇOU O HOLOCAUSTO, começou também o canto do Senhor, ao som das trombetas e dos instrumentos de Davi, rei de Israel. Então toda congregação adorava, e os cantores cantavam, e os trombeteiros tocavam; tudo isso continuou, ATÉ SE ACABAR O HOLOCAUSTO” (Vs. 27e28).

Podemos então concluir, que os instrumentos, bem como o canto de coral (levítico), estavam ligados, essencialmente, ao aspecto CERIMONIAL do culto, a saber, ao holocausto, que deixou de existir no culto do Novo Testamento.

Calvino coloca os instrumentos como parte desse aspecto cerimonial do culto, e reputando-os como parte da infância da Igreja. Vejamos o que é dito a seu respeito sobre o assunto:

“Até aqui, o que se viu é o pensamento de Calvino quanto ao canto, ao que se deve acrescentar ainda, que em seu entendimento não deveria ser exercitado pelos corais e conjuntos de vozes que não incluíssem toda a congregação. Contudo, não se vê muito o ensino de Calvino quanto aos instrumentos musicais, isso, certamente, é por ele não entender que os mesmos são necessários, ou melhor, devidos no culto. Em seu comentário ao Livro dos Salmos ele escreveu que o uso de instrumentos não era algo devido à dispensação do Evangelho. O instrumento consistia numa ajuda ao povo que ainda vivia à sombra do que haveria de vir, mas que hoje o cristão vive em plena maturidade e não precisa desse tipo de auxílio para entoar o cântico ao Senhor. Ele condenava veementemente o uso de instrumentos musicais por parte dos papistas, chamando-os de insensatos. Calvino apenas aprovava o uso das vozes como artifício musical, e que os salmos não ensinavam, ou exigiam o uso dos instrumentos, mas apenas faziam uma espécie de descrição, ou melhor, uma conclamação ao povo segundo o que era costume da época.” ( Moura Lopes Coelho, Ri cardo. Calvino e a Adoração Comunitária).

O Cântico no culto do Novo Testamento, na Igreja do nosso Senhor Jesus Cristo, deve ser, portanto, à capela, isto é, sem instrumentos, como diz o autor de Hebreus, “Por ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.” (Hb 13:15). As harpas mencionadas no livro do Apocalipse, e mesmo os cânticos, não servem de parâmetro para o nosso culto, pois é parte de uma dispensação futura, cuja experiência será da Igreja triunfante. Por enquanto, somos a Igreja militante e a nossa forma de cultuar deve ser estritamente como o Senhor no-lo ordenou e foi praticado pelos apóstolos enquanto viveram na terra. É digno de nota que o uso de instrumentos na Igreja, só foi registrado nos meados do século IX, isto é quando a igreja já estava degenerada pelas invenções dos papas e concílios. Por ocasião da Reforma, nem tudo foi reformado instantaneamente, os luteranos seguiram um vertente mais liberal e continuaram com os instrumentos, mas Zuínglio e, mais tarde, Calvino e os Puritanos tomaram o rumo mais restrito, do que chamamos hoje Princípio Regulador do Culto, e eliminaram o uso de instrumentos, por não encontrarem um texto sequer no N.T ordenando seu uso. E nós, que recebemos essa herança, fazemos o mesmo.

Conforme estamos vendo, a adoração na Igreja, até quase um milênio, foi absolutamente simples e bíblica, com cânticos dos Salmos e sem uso de instrumentos. Houve nos primeiros séculos uma tentativa de se agregar ao culto, hinos não inspirados, mas por parte de hereges que queriam impor suas idéias. O nosso irmão Thiago Baía, pesquisando sobre esse assunto diz:

“Veja o que o historiador Philip Schaff escreveu:

‘Até onde podemos juntar as nossas fontes, nada, exceto os Salmos e os hinos do NT foram como regra para serem cantados no culto público antes do século IV. Porém, meados do final daquele século, a prática de cantar outros hinos no culto da Igreja tornou-se comum, tanto no Leste quanto no Oeste’.

Há vários fatores que conspiram em provar que hinos não-inspirados foram pouco cantados no culto público durante os três primeiros séculos da era do Cristianismo. Registros extensos, por exemplo, de pesquisas feitas pelos livros dos cristãos durante os tempos da perseguição, não fazem menção de hinos, ao contrário, as Escrituras Canônicas e especialmente cópias do Saltério são freqüentemente mencionados. Na verdade, durante a igreja pós-apostólica os hereges gnósticos foram os primeiros escritores de hinos não-inspirados cuja teologia rejeitava os Salmos, escreveram hinos para propagarem a doutrina corrupta e inculcar em seus seguidores suas heresias. Preste atenção a que E. E. Ryden relatou:

‘Logo no começo do segundo século, um professor Gnóstico chamado Bardesanes, nascido em Edessa em 154 d.C., tinha ganhado muitos Cristãos a adotar suas heresias por meio de suas melodias e hinos encantadores’.

Bardesanes e seu filho Hamonius, na verdade, compuseram um saltério gnóstico contendo 150 hinos. Os Arianos fizeram o mesmo.

“Meados do século IV o hino tornou-se carro chefe da heresia Ariana”.

Este problema foi tão grande que uma série de concílios lidaram com a situação. Estes concílios reafirmaram a suficiência dos Salmos inspirados e tentaram prevenir a introdução de hinos não-inspirados dentro do culto da Igreja. O Concílio de Laodicéia em 381 d.C. proibiu o uso eclesiástico dos salmos não inspirados. O Concílio de Calcedônia em 451 d.C. confirmou este decreto. O Concílio de Braga também ordenou que as composições poéticas não poderiam ser usadas no serviço de louvor a Deus. Por último, o concílio de Toledo no século VII reiterou a mesma prescrição”

Como dissemos, na época da Reforma, os reformadores se dividiram quanto ao Princípio Regulador do Culto. Os Luteranos admitiram fazer o que a Bíblia não proíbe e os Calvinistas, somente o que a Bíblia ordena, por isso Lutero optou pelos hinos e Calvino pelos Salmos e com ele os Puritanos, que introduziram a mesma determinação nos nossos símbolos de Fé.

No século XVIII, com o “Grande Despertamento”, como foi chamado o grande avivamento que varreu a Inglaterra e Nova Inglaterra, foi que os hinos começaram a ser introduzidos no culto, como nos diz Michel Bushell:

“Na realidade as Igrejas Reformadas e Anglicanas não começaram a introduzir hinos não-inspirados no culto somente até o século XVIII, quando os hinos de Issac Watts e Charles Wesley ficaram famosos. Mas, no culto Reformado, o cântico congregacional consistia exclusivamente em cantar os salmos, voltamos a dizer, por causa do Princípio Regulador do Culto”.

Quando no século seguinte, o Evangelho chegou ao Brasil, pelos missionários, o Dr. Kalley, médico escocês presbiteriano, que se casou com Sara Pulton, congregacional, musicista, ambos influenciados pelo avivamento, haviam confeccionado um hinário para a Igreja de língua portuguesa, chamado “Salmos e Hinos Primitivo” contendo 50% de salmos e 50% de hinos. Este equilíbrio foi se desfazendo com significativo prejuízo para os Salmos, nas novas edições, a ponto de se reduzirem a pouquíssimos salmos hoje. O hinário Novo Cântico, de nossa Igreja, seguiu a mesma esteira do Hinário Evangélico, e os salmos que existem, nem são reconhecidos como tais.

O pior ainda estava por vir. Nos anos 60, nos E.U.A, ocorreu um movimento entre os jovens americanos, mais propriamente no meio dos chamados “hippie”, logo depois do grande evento do século no mundo da música o “Festival de Woodstock”, chamado “Jesus”. O famoso evangelista Billy Grahan escreveu um livro retratando este importante episódio que impactou a América. Foi desse movimento, entre os jovens, que surgiram aquelas canções curtas, com mensagens bíblicas repetitivas, ao rítmo do rock balada, que hoje chamamos de “corinhos”. Eles surgiram de encontros, desses jovens que, no campo ou nas praias, reunidos ao pé de uma fogueira, com um violão, cantavam esses cânticos, ao rítmo de palmas e balanço do corpo, e por isso foi também chamado de movimento “Wave” (Balançar como onda). Foi assim que nos cultos de nossas igrejas, aqui também no Brasil, foram introduzidos os tais corinhos, com pretexto de segurar os jovens nas Igrejas, tornaram-se tão populares, que os líderes se renderam e criaram, dentro da liturgia o momento do culto chamado “louvor”, que passou a ser o elemento principal e de maior duração. Eu mesmo fui protagonista desse triste acontecimento e me lembro bem quando pela primeira vez foi introduzido no culto da Igreja Presbiteriana da Penha os tais “corinhos”. O culto nunca mais foi o mesmo! Deixou de ser exclusivamente para Deus, e passou a ser para nosso entretenimento, depois vieram as bandas , com uma parafernália de instrumentos, mesas de som com seus múltiplos decibéis e por fim a coreografia e dança litúrgica. Quando vão parar? Não vão parar! Pois eles desprezam os limites que Deus colocou para o Seu culto nas Escrituras. Para eles o culto não pertence a Deus, mas a eles próprios, como o apóstolo Paulo chama de “culto da vontade” (Col 2:23).

Às duras penas estamos fazendo o caminho de volta. Aqui estamos nós, Igreja Presbiteriana da Herança Reformada, resgatando do culto puro das Escrituras, praticado pelos nossos irmãos da Igreja Primitiva e os reformados da esteira calvinista. Que Deus nos ajude! “Igreja Reformada sempre reformando!”

WebDesign - Tableless - aula 1

Web Semântica

A Web semântica é uma proposta de organização de conteúdo cujo objetivo é unificar o significado dos conteúdos internet, de tal maneira que humanos e máquinas comuniquem-se naturalmente. Ainda que atualmente não seja possível o uso absoluto da linguagem natural humana pelas máquinas, no entando é possível a compatibilização da linguagem-código compreendida pela máquina com a linguagem comumente compreendida pelo homem. Parte deste processo é a elaboração modelos tecnológicos que cumpram o anseio multiplataforma multimídia e não-localizado da Internet, permitindo o compartilhamento global de informação por todas as máquinas (W3C 2001).
[offtopic conspiracionista: o que pode, no final das contas, ser bastante perigoso - vide a clássica ficcção 1984]

A Web 3.0, que parece ser a próxima evolução da Internet [offtopic criacionista: sem darwinismo, por favor, afinal, as mutações biológicas comumente degradam e a interação dos organismos com o ambiente opera uma seleção, mas a soma destas coisas não evolui nada – apenas altera – vide Design Inteligente e Microevolução], é exatamente a aplicação máxima da websemântica a rede mundial de computadores, e além.


Tableless

Tableless é uma técnica de webdesign baseada na rejeição das famigeradas tabelas (tag table) para disposição de conteúdo (usualmente uma imagem picotada em vários gifs); em lugar, o Tableless sugere o uso das tags (e códigos) segundo seu propósito original. Por exemplo, um menu é costumeiramente feito com a tag ul, e o layout com a tag div. Esta técnica, quando aplicada aos códigos, sugere que o HTML (ou XHTML) seja usado apenas para estrutura, e o CSS para estilos visuais.

Vantagens do Tableless
  • Separação das camadas do aplicativo: um arquivo para o HTML, outro para o CSS e outros para
  • a programação.
  • Economia: diminuição do disperdício de recursos através do cache de CSS e JS.
  • Atualização: a separação do CSS permite o uso de um só CSS para várias páginas, o que facilita a
  • atualização e manutenção do site e a localização da informação de código.
  • Portabilidade: o formato XHTML combinado ao Tableless é poderoso como multiplataforma.

Desvantagens

  • Treinamento: é necessário um conhecimento maior de HTML, CSS, DOM, etc.
  • Software: a maioria dos editores WYSIWYG incentiva o uso de tabelas e não possui ferramentas
  • Tableless e Semânticas realmente úteis.


O que é XHTML

O XHTML (eXtensible Hypertext Markup Language) é uma compatibilização e atualização do
padrão HTML para o padrão XML. Assim as tags HTML passam a obedecer, no XHTML, as regras XML.
O XHTML é mais Semântico, rápido, econômico e portável que o HTML.
Ele é eXtensível por que, pela sua estrutura compatível com XML, poderá ser ampliado (desde que haja as devidas modificações no parser), ou seja, o número de palavras-chave que comandam a marcação XHTML não é estático.
Ele é um HyperTexto porque comporta textos (e outras peças de mídia) que servem como ponto de ligação para outros textos (ou outras peças de mídia).
Ele é uma Linguagem de Marcação porque é um código de computador que delimita propriedades sobre certas partes de um texto, alterando o significado que aquele texto terá na página interpretada.

Por exemplo: [title] Meu Título aqui [/title], é uma marcação (tag) que delimita o conteúdo Meu Título aqui, alterando o signficado dele para o software interpretador – o resultado será uma renderização diferente na área de exibição, neste caso o texto Meu Título aqui seria exibido na Barra de Títulos do Browser .

Para ler o resto da aula, faça download aqui.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Internet - Aula 2

Clique aqui para acessar o vídeo que assitimos na aula.

Aviso: A avaliação da próxima semana foi adiada para a semana seguinte.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Teologia Reformada - Os Últimos Dias

por Rev. Ronald Hanko

A Escritura fala frequentemente do último dia ou dias e do último tempo (Gn. 49:1; Is. 2:2; Mq. 4:1, Jo. 6:39; Atos 2:17; 2Tm. 3:1; Hb. 1:2; Tg. 5:3; 1Pe. 1:5; 1Jo. 2:18; Judas 18). Ela fala também do fim do mundo ou fim desta era (Mt. 13:39, 40; 1Co. 15:24; 1Pe. 4:7; Ap. 2:26).

Quando chegarão estes últimos dias – estes últimos tempos? Eles estão perto ou distantes no futuro? Os mesmos têm alguma relevância para nós hoje? O que é o fim do mundo? Estas são perguntas que devem ser respondidas.

A Escritura deixa claro que toda a era do NT são os últimos tempos, o fim. Vemos isto em 1Coríntios 10:11, onde Paulo reforça seu ensino dizendo aos crentes de Corinto e a nós que os fins dos séculos são chegados sobre nós. Da mesma forma, Hebreus 9:26 (NVI) diz que foi no fim dos tempos que Cristo veio “para aniquilar o pecado mediante o sacrifício de si mesmo” (cf. também Hb. 1:2; 1Pe. 1:5; 20; 4:7; 1Jo. 2:18).

Embora não seja anti-bíblico referir-se à segunda vinda de Cristo e ao grande julgamento como o fim do mundo (Marcos 13:7) e aos dias imediatamente precedentes como os últimos dias (2Timóteo 3:1), é claro que esta não é uma era especial e separada, mas parte da era do NT. Esta era na qual vivemos, este “dia”, este tempo, é o último. Não há nada subseqüente, exceto a nova criação, os novos céus e terra.

É difícil para nós crer que se este já é o fim da era, o último tempo, que então o mundo pode ter ainda muitos milhares de anos antes do Senhor retornar, como alguns sugerem. O fim será mais longo que o princípio, mais longo que toda a história que o precedeu? Este seria deveras um fim muito estranho.

A Escritura vê toda esta era como o último tempo e como o fim, à luz, em primeiro lugar, da promessa que Cristo viria rapidamente, mas também porque este é o tempo no qual Deus termina sua obra “e abreviá-la-á em justiça” (Romanos 9:28, ARF). As duas coisas estão relacionadas. Que Cristo vem rapidamente não é mensurado em número de anos, mas no fato de Deus estar terminando sua obra e enviará Cristo em breve para que esta obra seja plenamente consumada.

Esta verdade de que toda a era presente é o fim é também de enorme significância prática. Ela significa (1) que estamos todos vivendo no fim e experimentaremos em algum grau os eventos do fim (Mateus 24:34); (2) que devemos viver em expectação do fim e não como se ele estivesse distante no futuro, sem qualquer relevância imediata para nós (1Coríntios 10:11); e (3) que nossa esperança deve estar no que virá e não neste mundo e nas coisas deste mundo. Elas chegaram ao seu fim!

Que coisa assustadora, todavia maravilhosa, é saber que vivemos nos últimos dias. Permanecemos sempre, por assim dizer, dentro tanto da visão do julgamento final como da vinda do nosso Senhor. Pregamos conhecendo o temor do Senhor. Vivemos como peregrinos e estrangeiros, sabendo que nossa jornada deve em breve terminar e tendo nossa primeira visão da cidade celestial. Reconhecemos que vivemos em tempos perigosos, todavia sem medo, pois vemos nossa redenção aproximando-se. Sabemos que o fim tem chegado.

Fonte (original): Theological Bulletin, Vol. 7, nº. 11.

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / felipe@monergismo.com

Teologia Reformada - Arminianismo: O Caminho para Roma

Augustus Toplady

A voz de quem você ouve?

"Minhas ovelhas," diz Cristo, "ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; e eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão."

Ó, digníssima Escritura! Que deveria nos compelir a ter esta lembrança fiel, e nos levar a perceber o teor da mesma, que é: as ovelhas de Cristo jamais perecerão.

"Será que Cristo se refere a uma parte de seus eleitos, ou todos? O que você acha? Eu sustento e afirmo, e também fielmente acredito, que Ele se referia a todos os seus eleitos e não a uma parte, como alguns afirmam de maneira totalmente ímpia. Eu confesso e creio firmemente, que jamais algum deles perecerá; e tenho autoridade suficiente para dizê-lo porque Cristo é o meu autor, e Ele diz que se for possível até os próprios eleitos serão enganados. Por isso (em tom jocoso), não é possível que sejam de tal forma enganados, que eles venham algum dia enfim a perecer ou serem condenados; pelo que, tantos quantos afirmam isto, que possa haver algum (isto é, algum dos eleitos) que pereça, este indivíduo com isto afirma que Cristo tem um corpo despedaçado."1

A valiosa carta de retratação acima é registrada da seguinte forma: "Uma Carta à Congregação dos Livre-Arbitrianos, escrita por um que já foi um dia desta persuasão, porém foi dali removido, e agora é um Prisioneiro para Religião": sobrescrição esta que irá daqui em diante, e em seu devido lugar, nos fornecer uma observação mais do que importante.

João Wesley, um Amigo de Roma?

Para ocupar o lugar do argumento, tem sido alegado que "Sr. Wesley é um homem velho" e a Igreja de Roma é ainda mais velha que ele. Será que isso é razão para que as monstruosidades, tanto da mãe como do filho, pudessem passar sem serem castigadas?

Também tem sido sugerido que o "Sr. Wesley é um homem muito trabalhador;" eu presumo que não seja mais laborioso do que um certo ser ativo, de quem se diz que vai para lá e para cá sobre a terra, e que anda para lá e para cá sobre a mesma;2 e nem ainda mais laborioso, eu imaginaria, do que certos sectários passados, a quem foi dito há muito tempo atrás: "Ai de vós escribas hipócritas; pois vós atravessais a terra e o mar para fazerdes um prosélito;"3 e nem de jeito nenhum, tão proveitosamente laborioso, como um certo membro diligente da comunidade, de cuja variedade de ocupações o povo ultimamente recebeu a seguinte informação: "A verdade, da seguinte instância de diligência pode estar condicionado a: um homem pobre com uma grande família, agora berra anunciando o "leite" toda manhã em Lothbury e na vizinhança da Royal Exchange; às onze, ele empurra um carrinho de mão cheio de batatas; às treze, ele limpa sapatos no Change; após o jantar, ele berra anunciando o leite de novo; à noite ele vende peixes; e tarde da noite termina os seus labores como vigia."4


A Disputa é com o Lobo

Além disto, o Sr. Sellon me lembra (p.128) que, "enquanto os pastores estão discutindo, o lobo entra no aprisco das ovelhas;" não é impossível: só que acontece que a presente disputa não é entre "os pastores," mas sim com o "lobo" propriamente dito; sendo esta "disputa" garantida por cada máxima de humildade e fidelidade pastoral.

Mais tarde me foi dito que, enquanto estou "criticando duramente os arminianos, Roma e o diabo se riem." Admitindo que o Sr. Sellon pudesse derivar esta anedota da própria fonte, os próprios partidos ainda, já que nem eles e nem ele são muito respeitáveis pela verdade, eu interpreto a informação pelo caminho inverso, apesar de autenticada pela deposição de seu confiável (em sentido jocoso) e amado primo e conselheiro.

Mais uma vez: Eu sou acusado com "excessiva arrogância, e soberano orgulho;" e, por que não, acusado de ter sete cabeças e dez chifres, e um rabo tão comprido quanto corda de sino? No final das contas, o que tem meu orgulho, ou minha humildade a ver com a presente questão? Se eu sou arrogante ou humilde, isso não tem maiores conseqüências nesta questão e nem para o público, assim como não teria se eu fosse alto ou baixo; no entanto, eu estou neste exato momento, dando uma prova de que meu "soberano orgulho" pode humilhar-se; isto até para ventilar as impertinências do Sr. Sellon.


Arminianismo em Casa: Roma

Mas, apesar de frívolos os seus ardis, os princípios a favor dos quais ele contende são da mais perniciosa natureza e tendência. Eu tenho que repetir, o que parece já tê-lo ofendido tanto, que o arminianismo "veio de Roma, e o leva para lá novamente." Juliano, bispo de Eclana, um contemporâneo e discípulo de Pelágio, foi um dos que tentou com muita arte, tornar atraentes as doutrinas daquele herege, a fim de torná-las mais vistosas e palatáveis. O sistema pelagiano deste modo ficou brilhoso e foi extenuado, e logo adquiriu o nome de semi-pelagianismo. Deixe-nos dar uma olhada nisto de uma descrição vinda das próprias mãos do celebrado Sr. Bower, ele mesmo um professo pelagiano, e portanto menos provável a nos apresentar um retrato desfavorável do sistema que ele em geral aprovava. Entre os princípios desta seita, este estudado escritor enumera os seguintes:

"A noção de eleição e reprovação, independente dos nossos méritos ou deméritos, é manter uma necessidade fatal, é a proibição de toda virtude, e serve apenas para bons homens remissos no desenvolvimento de sua salvação, e para levar pecadores ao desespero."

"Os decretos de eleição e reprovação são posteriores a, e em conseqüência de, nossas boas ou más obras, tendo estas sido previstas por Deus desde toda eternidade."5

Não é isto a exata linguagem do arminianismo moderno? Os partidários deste esquema não argumentam nos mesmos e idênticos termos? Deveria-se dizer: "É verdade, isso prova que o arminianismo é o pelagianismo revivificado; só que não prova que as doutrinas do arminianismo são papais em sua origem". Uma atenção por um momento deixará claro que elas são. Deixe-nos ouvir novamente o Sr. Bower, o qual, logo após a passagem recém citada, imediatamente acrescenta: "nestas duas últimas proposições, os jesuítas encontraram todo o seu sistema da graça e livre-arbítrio; concordando neste sistema com os semi-pelagianos, contra os jansenitas6 e Santo Agostinho."7 Os jesuítas eram moldados num corpo regular, em direção ao meio do século dezesseis, e, em direção ao final do mesmo século, Arminius começou a infestar as igrejas protestantes. Portanto, não é necessária grande penetração, para discernir de qual fonte ele retirou o seu veneno. A sua viagem para Roma (apesar do Sr. Bayle gostar de fazer luz às inferências que eram naquele exato tempo deduzidas disto) não foi em vão. Se, no entanto, qualquer um estiver disposto a crer que Arminius embebeu suas doutrinas dos socinianos8 na Polônia, com os quais certamente ele tinha íntima amizade, eu não tenho objeções em separar a diferença: ele poderia importar alguns dos seus dogmas dos irmãos racovianos, e ainda assim estar endividado, para outros, para com os discípulos de Loyola.

Papistas e Predestinação

É certo que o próprio Arminius era consciente de quão enormemente a doutrina da predestinação alarga a distância entre protestantismo e o papado. "Não há ponto de doutrinas (diz ele) que os papistas, anabatistas, e os (novos) luteranos mais ardentemente se opõem, e nem por meio do qual tenho que repetir, o que eles amontoam mais descrédito às igrejas reformadas, e odeiam mais o sistema reformado; pois eles, isto é, os papistas e etc., asseveram que não se pode pensar ou proferir blasfêmia mais infamante contra Deus do que a que está contida na doutrina da predestinação."9 E por tal razão ele adverte o mundo reformado para descartar a predestinação do seu credo, para que possam viver em termos mais fraternais com os papistas, anabatistas e outros assim.

Os escritores arminianos não têm escrúpulos em aceitar e vender os argumentos dos outros como se fossem propriedade comum. Por esta razão, Samuel Hoord copia de Van Harmin exatamente a mesma observação que eu acabei de citar. "Predestinação—diz Samuel—é uma opinião que os papistas odeiam, que abre suas bocas infamantes contra nossa igreja e religião".10 Conseqüentemente, a nossa adoção das doutrinas opostas da graça universal e do livre-arbítrio, nos levaria a calar suas bocas ao nos trazer tantos graus para mais perto dos papistas, e os faria ver-nos—pelo menos até esse ponto—como seus próprios irmãos ortodoxos e amados; disto segue que, como o arminianismo veio de Roma, assim também "ele conduz para lá novamente."

Os Jesuítas e a Predestinação

Se o veredicto da união do próprio Arminius e de seu prosélito inglês, Hoord, não equilibrará o peso, deixe-nos acrescentar o testemunho de um jesuíta professo, como meio de fechar o peso completo. Quando os papéis do arcebispo Laud11 foram examinados, entre eles foi achada uma carta, deste modo endossada pelas mãos do próprio prelado: "Março de 1628. A carta de um jesuíta enviada ao reitor em Bruxelas, a respeito do sucedido Parlamento." O design desta carta era para prestar, ao superior dos jesuítas então residente em Bruxelas, contas da posição dos negócios civis e eclesiásticos na Inglaterra; eu acrescentarei um extrato da mesma a seguir: "Pai Reitor, não deixe que o desânimo da surpresa se abata sobre sua alma zelosa e ardente, ao apreender o súbito e inesperado chamado do Parlamento. Nós temos agora muitas cordas para o nosso arco. Nós plantamos aquela medicação soberana "arminianismo," a qual esperamos irá purgar os protestantes da sua heresia; e ela floresce e carrega frutos na estação própria. Para melhor prevenção dos puritanos, os arminianos já fecharam os ouvidos do Duque (de Buckingham); e nós temos os de nossa própria religião, que estão continuamente na sala de assembléia/aposento do Duque, para ver quem entra e sai. Nós não podemos ser mais cautelosos e cuidadosos nesse sentido. Eu estou, neste momento, tomado de alegria para ver quão alegremente todos os instrumentos e meios, tanto grandes como menores, cooperam com nossos propósitos. Mas, para voltar a nossa estrutura principal: NOSSO FUNDAMENTO E O ARMINIANISMO. Os arminianos e projetores, como aparece nas premissas, produzem um efeito na mudança. Isto nós apoiamos e reforçamos por argumentos verossímeis."12

A Soberana Droga (medicação) "Arminianismo"

A "soberana droga, arminianismo," como disse o jesuíta, "nós (isto é, nós papistas) plantamos" na Inglaterra e de fato tinha probabilidade de dar certo "para purgar nossa Igreja Protestante efetivamente." Quão alegremente o papado e o arminianismo, naquele tempo, dançaram de mãos dadas, pode-se aprender de Tindal: "As igrejas eram adornadas com pinturas, imagens, peças de altar e etc.; e, ao invés de mesas de comunhão, eram construídos altares, e acrescidos a estes havia o dobrar dos joelhos e elementos sacramentais. As doutrinas de predestinação foram proibidas não apenas de serem pregadas, mas também de serem impressas; e o sentido arminiano dos artigos era encorajado e propagado."13 O jesuíta, por isso, não exultava sem razão. A "soberana droga," tão tardiamente "plantada", realmente lançou raízes profundas, e deu muitos frutos, sob os cuidadosos auspícios de Charles e Laud. Heylyn também reconhece que o estado das coisas foi verdadeiramente descrito por um outro jesuíta daquela época, que escreveu: "O protestantismo está se fatigando de si mesmo. A doutrina (dos arminianos, que então estavam sobre o topo da organização) está alterada em muitas coisas, pelas quais os seus progenitores abandonaram a Igreja de Roma: como purgatório; oração pelos mortos, e possibilidade de cumprir os mandamentos de Deus; e a avaliação do calvinismo no mínimo ser heresia, se não traição."14


Arminianismo do Inferno

A sustentação destas posições, pelos teólogos da Corte, foi de fato uma "alteração," que o abandonado Heylyn considerava serem decorrentes da "ingenuidade e moderação encontrada em alguns professores de nossa religião." Se nós sumariarmos a evidência que foi dada, nós constataremos que seu valor é, que o arminianismo veio da Igreja de Roma e conduz exatamente em direção à cova de onde havia sido escavado.

1Strype, u.s.

2Jó 1:7 e 1Pedro 5:8.

3Mateus 23:15.

4Bath Chronicle, 6 de Fevereiro, 1772.

5História dos Bispos de Bower, vol. 1, p. 350.

6Seguidores de Jasen, teólogo católico do século XVI e XVII, mas que defendeu as posições de Agostinho achando que a graça predestinadora eficaz estava sendo ameaçada pela tendência humanista dos teólogos jesuítas da Contra-Reforma; foi fortemente antipelagiano (Nota do editor).

7Bower, ibid.

8Seguidores de Fausto Socino [1539-1604], teólogo anti-trinitarista, que negava a divindade de Cristo, tornando-se Deus apenas depois da Sua ressurreição quando o Pai a Ele delegou parte de seus poderes divinos; além disso, não cria que a morte de Crista trouxe o perdão dos pecados, porque Deus podia perdoar pecados sem que houvesse necessidade de uma expiação por meio de Cristo; negava o pecado original, a predestinação e a ressurreição do corpo; suas idéias lançaram a base para o movimento unitarista posterior (Nota do editor).

9Arminius, in Oper. P115.Ludg. 1629 (Veja livro em Latim).

10Hoord In Bishop Davenant’s Animadversions Camb. 1641.

11Arcebispo que perseguiu violentamente os puritanos (Nota do editor).

12Hidden works of darkness, p. 89, 90. Edit. 1645.

13Tindal’s Contin of Rapin, vol. 3 octavo, 1758.

14Life of Laud, p. 238.

Sobre o autor: Augustus Toplady foi um grande hinologista e escritor inglês que combateu as posições arminianas e perfeccionistas de John Wesley.

Fonte: Arminianism, the Road to Rome!

Teologia Reformada - A Reforma e o Protestantismo de Hoje

David J. Engelsma

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1

Calvino escreveu: "Cristo ordenou sua Igreja de tal forma, que se [a pregação pura do evangelho] for removida, o edifício inteiro deve cair" (Institutas 4.1.2). Àqueles que imploravam por tolerância de erros doutrinários em nome da Igreja Mãe, Calvino replicou:

Há algo ilusório em nome da moderação, e a tolerância é uma qualidade que tem uma bela aparência, e parece digna de louvor; mas a regra que devemos observar a todo preço é, nunca suportar pacientemente que o nome santo de Deus seja assaltado com blasfema ímpia—que sua verdade eterna seja suprimida pelas mentiras do diabo—que Cristo seja insultado, seus santos mistérios poluídos, almas infelizes cruelmente assassinadas, nem deixar a Igreja padecer em extremo sob o efeito de uma ferida mortal. Isso não seria mansidão, mas indiferença sobre coisas que deveriam vir em primeiro lugar (A Necessidade de Reformar a Igreja).

O povo protestante, tolerando a falsa doutrina e aderindo a instituições apóstatas, não entende que seus ancestrais abriram mão de tudo—por doutrina. Não entendem que homens de carne e sangue como eles uma vez desafiaram tudo e arriscaram transformar o mundo num tumulto—por doutrina. Eles não entendem mais as palavras do poderoso hino de Lutero: "Se temos de perder, famílias, bens, poder. Embora a vida vá"—por doutrina.

A gravidade dessa indiferença para com a verdade está no fato de ser uma indiferença para com a glória de Deus. Deus é glorificado na verdade do evangelho; e é desonrado quando homens transformam sua verdade em mentira. A Igreja da Reforma incendiou-se com desejo pela glória de Deus. Onde isso será achado no Protestantismo de hoje? Deus julga esse desprezo pela sua glória no evangelho, punindo até aqueles que não o glorificam como Deus quando ele é revelado na criação (Rm. 1:18ss.). Por falta de amor à verdade, homens e mulheres são punidos nesses últimos dias com um forte delírio, da parte de Deus mesmo, para que creiam na mentira, "para que sejam julgados todos os que não creram a verdade …" (II Ts. 2:10-12).

Tudo isso – abandono do evangelho da graça, adoção do outro evangelho (das obras e do livre-arbítrio) e indiferença à verdade – pode ser resumido como uma rejeição da Palavra de Deus. Esse era o pecado da Igreja pré-Reforma: ela rejeitou a Palavra negando a autoridade única da Escritura, e rejeitou a Palavra repudiando a mensagem da Escritura – salvação pela graça somente. Todas as coisas erradas naquela Igreja poderiam ser traçadas até esse mal. E esse é o mal do Protestantismo de hoje.

Fonte: Excerto do panfleto "The Church Today and the Reformation Church: A Comparison."

1E-mail para contato: felipe@monergismo.com. Traduzido em outubro/2007.

Informática - aula 1

Apresentação de Slides da primeira aula de Internet:

Download do Arquivo

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Criação e Arte Digital - aula 2

Apresentação de Slides da segunda aula de Criação e Arte Digital:

Parte 1

Parte 2


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quinta-feira, 4 de março de 2010

Teologia Reformada - Atributos de Deus texto 1

Apresentação de slides sobre os atributos de Deus - Você realmente conhece Deus?









Criação e Arte Digital - aula 1

Apresentação de Slides da primeira aula de Criação e Arte Digital:

http://www.mediafire.com/?jyqk3dnmm0d

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